CTP - Caminhos e Desafios de uma Nova Revolução Tecnológica

Vantagens do CTP

No CTP, as chapas são gravadas em condições mais uniformes. Com isso tem-se registro perfeito nas cores e menor índice de erros na montagem, reduz-se as chances de surgimento de chapas defeituosas, tem-se um melhor controle das áreas de máximas e mínimas dos impressos, o que resulta em maior qualidade de impressão e possibilidade de uso de retículas mais finas, inclusive estocástica. O CTP também abre a possibilidade de ajuste de máquinas de impressão e acabamento por meio de transmissão de informações digitais (CIP 3). Outro benefício é o menor uso de sistemas de processamento químico, com redução de problemas ambientais e de saúde ocupacional.

Seu principal benefício é o econômico, obtido na área de impressão e não na pré-impressão como muitos imaginam. Com o CTP há uma redução significativa no tempo de ajuste das impressoras, que pode cair para menos de 50% do tempo usual. Essa diferença é especialmente notada em máquinas rotativas. Com isso, é possível a redução do desperdício de papel nos ajustes, em especial em máquinas rotativas e planas de grande formato, possibilitando a impressão de serviços em quatro cores com tiragens menores, além da viabilização prática do uso de impressoras com seis ou oito cores em tiragens médias.

 

Benefícios secundários

O CTP proporciona o aumento da qualidade dos impressos e facilidades no uso de sistemas de hi-fi color, bem como a agilizar os processos de trabalho e aumento da produtividade no setor de pré-impressão. Com o CTP tem-se a redução de pessoal, embora apenas em médio prazo, uma vez que num primeiro momento, o pessoal necessário provavelmente irá aumentar devido à duplicidade de sistemas. Maior flexibilidade no atendimento das necessidades do cliente, oferecendo menor prazo e bom preço em tiragens reduzidas torna-se mais uma vantagem do computer-to-plate, sem contar a redução dos problemas ambientais devido à menor produção de dejetos químicos.

 

Cuidados na implantação

Os sistemas CTP são uma ferramenta: sozinhos, não resolvem problemas no fluxo de trabalho ou no controle de qualidade. Eles exigem mais disciplina na geração de arquivos, já que é bem maior a possibilidade de erros de produção se converter em grandes prejuízos. Quem está pensando em migrar para o CTP não pode esquecer, ainda, que a redução de etapas de trabalho também significa eliminação de pontos de conferência e checagem. Outro detalhe: cuidado com a pressão do marketing, que clama pela implantação do CTP como diferencial de mercado e chamariz de vendas. Com a disseminação do CTP, rapidamente esse apelo perderá a força.

Tão importante quanto à definição da chapa e sistema de gravação é a implantação de um fluxo de trabalho digital eficiente e adequado à realidade da gráfica, ainda que baseado em fotolito. Portanto, fique atento em relação aos custos ocultos do CTP: equipamentos de prova de cor digitais, sistemas de gerenciamento de cores, scanners e software de copy-dot, grandes sistemas de armazenamento e arquivo de dados, treinamento de pessoal etc. O retorno dos pesados investimentos em sistemas CTP deverá vir dos ganhos de produtividade internos, em especial no setor de impressão, e da economia de papel. Assim, é preciso cuidado na definição da política de preços: a lógica atual de cobrar mais caro pelos serviços em CTP (absorvendo parte dos custos do cliente com fotolitos) não deverá resistir à difusão da tecnologia pelo mercado.

A adoção de sistemas computer-to-plate pelas gráficas de diversos segmentos do mercado é um caminho sem volta. Não há chances de que sistemas baseados em filme reocupem o terreno perdido é não existem mais dúvidas quanto ao fato de que os sistemas CTP funcionam bem e são financeiramente vantajosos. A questão real hoje é quanto à tecnologia a ser adotada, ao método de implantação e ao timing do processo, obrigando a gráfica a tomar decisões difíceis quanto à política de relação com os clientes, ao nível de sofisticação do setor de pré-impressão e ao sistema de workflow digital. Mas, esteja certo: Uma implantação mal-feita de CTP pode ser desastrosa, porém a recusa em iniciar um processo de adoção de novas tecnologias é receita certa para uma tragédia em médio prazo.

 

André Borges Lopes é sócio da Bytes & Types Treinamento e Consultoria